A gente lembra como quer... - O passado .

O passado é algo intrigante. A gente lembra dele como quer... E tem gente que inventa de tudo para torná-lo um pouco mais agradável.


Quer ver?

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Casal conversa sobre o passado:


- Hey, querida. Tava vendo aquelas fotos nossas de pouco depois que a gente casou... Era tudo tão mais maravilhoso.
- Hahaha! Maravilhoso por quê? A gente vivia na merda naqueles tempos...
- Aaahhhh... Deixa de ser fria, meu anjo. Naqueles tempos mesmo com tudo difícil era bem legal. A gente vivia louvando o amor e a vida.
- Louvar o quê? Hahaha! As únicas coisas que me recordo a esse respeito são: o quanto você se vestia mal e aquele maldito barulho que você fazia a noite! Ainda bem que você tratou com o Doutor Sebastião... Senão eu seria obrigada a enfiar uma bola de meias na sua boca e meter super-cola lá.
- Hummmmmm... Eu vivia mandando flores para você naqueles tempos... E fazia aquela macarronada deliciosa com bastante queijo e regada bastante vinho. E isso sempre colocado numa bela mesa forrada com pano xadrez e a luz de velas.
- Faz me rir! Há-há-há! Primeiro: Eu sempre fui alérgica à pólen e sempre passava mal quando você mandava aquelas malditas flores de coroa de defunto. Segundo: Eu tenho intolerância a lactose. Logo, só você se empaturrava com aquele macarrão. Deve ser por isso que tá tão gordo hoje em dia. Terceiro: Eu odeio velas, para mim isso é coisa de macumbeiro. E quarto: Pano xadrez? Será que hoje em dia você evoluiu um pouco e consegue ser ainda mais brega?
- Ah, é? Se é assim... Vou te dizer uma coisa. Eu fico falando que sua mãe é uma pessoa maravilhosa e etc. Mas quer saber? Ela não passa de serpente sanguinária, ridícula e fedorenta que não vale uma cusparada minha.
- Como se atreve a falar assim de minha mãe? Seu... seu... idiota!
- Pelo menos não sou besta como aquela mocreia.
- Babaca! Foi ela quem me deu a luz. Você deveria respeitá-la pelo menos por isso...
- Opa! Você é comediante? Como eu poderia estar feliz por ela ter gerado a mulher mais chata que já vi em toda a vida.
- Humpf! Mas agora a pouco você disse que me amava...
- Pois é. Vai ver que fantasiei demais o passado.
- A gente já foi feliz. Eu disse que não, mas... você estava certo.
- Que certo! O c@$@!#*! E eu quero o divórcio!
- Quer saber! Eu também. Você nunca foi o homem dos meus sonhos mesmo.
- Ahhhh, sua... Quer saber. Adeus!
- Adeus, querido. Da próxima vez que conversamos será com a presença do meu advogado.

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E se é assim nas pequenas coisas. Imagina nas questões sociais? Daí o dilema do historiador. Que encara isso ou fica ainda mais louco do que já costuma ser...


Depois quero concluir uns pensamentos aqui.

Mas por hoje é só
.



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