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terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Morte .

Nossa morte ilumina nossa vida. Se a nossa morte carece de sentido, também nossa vida não o teve. Por isso, quando alguém morre de morte violenta, costumamos dizer: ‘estava procurando’. E é verdade, cada qual tem a morte que procura, a morte que constrói para si mesmo. Morte cristã ou morte de cachorro são maneiras de morrer que refletem maneiras de viver. Se a morte nos trai e morremos de uma maneira ruim, todos se lamentam: é preciso morrer como se viveu. A morte intransferível, como a vida. Se não morremos como vivemos, é porque realmente não foi nossa a vida que vivemos: não nos pertencia, como não nos pertence, a má sorte que nos mata. Diz-me como morres e dir-te-ei quem é.

PAZ, Octávio. O labirinto da Solidão e Post-Scriptum; tradução de Eliane Zagury. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1984. pp. 51-52
.”
*






Vivemos em função da morte...
Em nome da promessa de um paraíso, de um mundo melhor, que ninguém de fato viu.
Ou então sem nenhuma expectativa. Simplesmente aguardando ela chegar... Aterradora. E inexorável.

E mesmo quem ousar dizer que vive em função da vida e que aproveita cada segundo, não deixa de viver em função da morte. Sua alegria em fazer de cada instante o melhor anda paralela a uma triste certeza de que não dá para se voltar atrás na caminhada rumo ao túmulo.

Cada segundo aproveitado é uma quantidade de grãos de areia que se esvai na ampulheta da vida.

Enquanto isso...
Chega o velho operário em sua humilde casa dizendo à mulher:
“- Ufa! Mais um e menos um dia...
- Como assim, homem!?
- Mais um dia em que consegui sobreviver. Menos um dia para ter que sobreviver.”

Via de mão de dupla. Esta é a nossa morte. Confusão e multiplicidade de sentidos.
Para os espiritualistas é renascimento. Para os céticos simplesmente o cessar das atividades de um organismo vivo.
Para os indecisos, uma incerteza inconstante de que existe um além. Para os cheios de fé, a certeza absoluta de que ela nada mais é que um rito de passagem.
É dor para aquele que perde. Alívio para aquele que sofre.
É mistério. Angústia. E Fascínio.

E agora você deve estar cheio de perguntas sobre a morte... E deve estar se questionando se a gente está vivendo ou está morrendo.
Pois eu digo que nenhuma das alternativas importa. O que vale é tentar no mínimo estar confortável com qualquer uma das duas perspectivas que adote.

Até a próxima!


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22 FORAM LEGAIS E OPINARAM:

Douglas disse...

parabéns pelo blog.....

http://soanimesdownloads.blogspot.com

Pattinha disse...

eu sou otimista, vivo mais a cada dia.

o livro "a menina que roubava livros" meio pop aqui no brasil conta a historia pela ótica da morte, é lindo. No primeiro capítulo a morte diz: "Eis um pequeno fato: Você vai morrer... Reação ao fato supracitado: Isso preocupa você? Insisto - nõa tenha medo. Sou tudo, menos injusta."

Acho que o autor concorda com você, cada um tem a morte que merece.

:)

*se um email com patty e candy te adicionar no msn sou eu.

Vitor disse...

Hum... Eu vivo a vida tão intensamente. Eu sigo uma religião que acredita que há vida após a morte... Então aproveito aos poucos, sem exageros, mas feliz e consciente que meu dia chegará.

Darlan (Filé) Júnior disse...

Massa Diego, tu disse tudo, desconstruir, a modernidade fez algo com todo mundo, e cabe a nós essa sub-versão de des(ou)normalizar as coisas, e se brincar com as palavras vai dar um jeito eu não sei, mas seguimos tentando!

gogogo to desconstruction!

PS: Posso colocar teu blog nos meus "PENSANTES"?

CAMILA de Araujo disse...

Vejo na morte, um renascimento e libertação.
Não que eu deseje morrer, não quero, quero viver muito e ter muitas experiencias.

www.casadobesouro.blogspot.com

Nat Valarini disse...

Boa noite!

Sabe que você me deixou com um nó a cabeça agora?

Lendo o seu texto, fiquei aqui lembrando das pessoas que morrem dormindo, na mais 'santa paz'...

Pensei, gostaria de tê-las conhecido antes do óbito, saber de suas vidas, se foram mesmo pessoas tão serenas quanto o fim que lhes recaiu.

Pensei também em como será que eu vou morrer...

ai, chega, prefiro não pensar, ou então eu vou viver pensando nela, ‘a dama de negro’...

hihihi... =^.^=

PS.: Gosto tanto quando você vai até o Garota Pendurada e faz aqueles comentários tão inteligentes e sensíveis. Chega até a ser um incentivo para que eu continue a trabalhar as palavras a minha maneira.

Gracias!


http://garotapendurada.blogspot.com/
http://ocaoinfiel.blogspot.com/

Anônimo disse...

nao digo a ninguem mais tenho muito medo da morte

Wesley disse...

Passei aqui para prestigiar o blog. Parabéns e um abraço.

Myself disse...

Eu evito de pensar na morte.
Só perdi uma pessoa até hoje e foi traumático...então...não penso mais sobre isso até ser obrigada a pensar.

Muito bacana seu blog!

Beijos!!

Gracielle Miranda disse...

A morte não existe...

Parabéns pelo blog!!!

http://descubraobrasil.blogspot.com

< Scar Tissue Man > disse...

todos vao morrer um dia
nao tem como fugir disso

Wagner Lopes disse...

Além do que, nossa percepção do tempo é baseada na morte. A noção de rapido ou demorado tem a ver com nossa média de vida

Douglas disse...

gostei da foto da morte =D

http://soanimesdownloads.blogspot.com

Wander Veroni Maia disse...

Oi, Diego!

Existem algumas religiões que pregam a morte (física) como a salvação da alma. Estas, no entanto, se esquecem de enaltecer a vida, o hoje o amor sincero e fraterno. Mais do que pensar sobre que sobrevivemos, prefiro pensar que vivemos e ainda estamos a viver muitas outras coisas. Parabéns pelo texto reflexivo.

Abraço,

=]
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http://cafecomnoticias.blogspot.com

Leandro Kerr disse...

É !

Ótima postagem !

Eu lido bem com a morte.. sem lá.. pra mim é apenas uma mudança de plano mesmo e se aconteceu algo é pq foi melhor assim.. acabo passando por frio, mas sei lá.. temos que saber lidar com isso ;D

Cara... tem um selo pra vc no meu blog... pega ele lá:

www.seteonze.blogspot.com

Elaine dos Santos disse...

Sempre digo, em aula, para meus alunos, que começamos a morrer no dia em que nascemos. Eles, adolescentes, riem, mas, aos poucos, percebem que é um pouco isso - o diálogo que vc exemplificou no caso do agricultor. Bom, se a morte é inevitável e se não sabemos quando ela virá, penso que nos resta uma importante alternativa: viver o presente que é presente, dádiva (afinal, não temos mais o passado e não sabemos o quer será o futuro!). Se a gente neurotizar a morte, existe boa probabilidade que ela "nos enxergue" mais facilmente...kkkk

Unknown disse...

dizer que procuramos o nosso tipo de morte é meio paralelo. Meu pai por exemplo, teve um morte violenta, mais não foi culpa dele, foi culpa de um motorista Bebado e drogado.
Acho sim que vivemos em função a morte, mais o ser humano é tão egoista a poto de ser Feliz, sabendo que vai morrer. =p

adorei sua visiita!
=D

beeijo

Renato Ziggy disse...

Pra te ser sincero, eu tô tranqüilo com esse lance de "conceito de morte". É claro que a pós-modernidade leva cada qual a pensar de acordo com a própria individualidade, conveniência ou sei lá o quê. O fato é que eu tenho aprendido a não encarar a morte como um problema, nem ficar me perguntando demais sobre o que acontece exatamente on instante em que se morre. Isso sim dá medo: saber como vou morrer. O resto eu tenho pra mim que morte e vida e se confundem, e querendo ou não uma traz a outra. Se você vive, morrerá. Se você morre, viverá. Quem disse isso? Cristo. E eu tô com ele, é a minha fé.
Boa reflexão. Respeitou as várias possibilidades de pensamento quanto à morte. Isso é bacana! Abrazzo!

Unknown disse...

é, a morte sempre nos faz pensar. Todos pensamos um dia ou outro como será quando morrermos. Eu vivo minha vida, sempre, se a hora chegar não vo dizer q estarei preparado porque ninguem está, mas sempre procuro viver minha vida nos meus limites e tentar ser feliz.




http://www.seguidoresdovelhobarreiro.blogspot.com/

ElviS disse...

Lidar com a morte é complicado, pois nunca saberemos como ela vira. Podemos um dia estar andando pela rua e quando menos esperamos BANGG... estamos jogado no chão vendo os ultimos segundos indo em bora. Além de nossa morte, tambem temos que lidar com a dos que gostamos. Ela é dificil e inevitavel...
" A vida não é quantos dias que voce vive, mas sim os momentos que tiraram seu folego..." -Hitch-

Graziele disse...

Que engraçado... antes de entrar aqui eu estava justamente lendo um livro que fala bastante sobre a morte. É um assunto que simplesmente me fascina, principalmente pensar no que há "do outro lado", já que sou do time que acredita que a vida não acaba aqui.

Uma vez eu conversava com um amigo que havia perdido seu filho, estávamos falando sobre isso. Eu nunca perdi um ente querido, mas defini a morte para ele da seguinte maneira: "Vejo como algo absurdamente simples. Um dia estar aqui, no outro não estar mais."

Sei lá, as pessoas além de complicar a vida, complicam demais a morte também, rs.

Bjos

Cantinho da BelZinha disse...

Nossa,este sobre a morte...que sera mesmo a morte, sera a morte do corpo ou o renascer de um espirito...acredito na ultima...Mas acredito que nao devemos pensar muito nela, pois certamente nao viveremos...Devemos é sermos felizes, amarmo-nos e amar nossa familia e amigos...beijokas

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